sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O que pode estar por trás de tantas promessas e discursos: a exposição da necessidade do povo ou a vontade de quem está no poder, não apenas em épocas de eleição

Autor: Glenn Beck
Editora: Novo Conceito
Número de Páginas: 384
Ano de Publicação: 2011
“Um plano para destruir os EUA vem sendo preparado há cem anos, e agora está prestes a ser colocado em prática… Alguém será capaz de impedi-la?
E se você descobrisse que tudo em que você acreditou até hoje não passa de uma grande farsa? Que a roupa que você veste todos os dias pela manhã, assim como o carro que você dirige não são escolhas suas? Que o governante que você elegeu na última eleição para comandar sua cidade e seu país também não depende de você? E se chegasse à conclusão de que toda autonomia e livre-arbítrio que você julga ter, na verdade, atendem a um outro comando que não as suas ideias e a sua própria vontade?”
Se pudesse descrever o livro em uma palavra, escolheria “inteligente”. Tal característica se faz visível tanto nos fatos inseridos no enredo quanto pela maneira de como Glenn Beck desenvolveu sua narrativa.
O livro cheira à “conspiração”. O autor fez uso de fatos reais – todos devidamente referenciados no posfácio – para criar o enredo, fazendo com que o leitor se questione sobre o que é ficção e o que não é.
Para que haja um debate mental durante a leitura, duas diferentes (e extremas) visões são apresentadas. Elas se contrapõem e aguçam o senso crítico de quem lê, ainda que haja uma tendência para um dos lados apresentados, por meio das reflexões que incitam.
Selecionei um quote que, acredito, represente muito bem o livro além de explicar seu título:
“- Isto se chama Janela de Overton (…); é uma maneira de descrever o que a opinião pública está disposta a aceitar em um determinado momento em relação a uma questão qualquer, para que se decida qual é a melhor maneira de manipulá-la a aceitar o que se quer.”
(página 182)
Certamente, o que mais me agradou na leitura foi a exposição das mais diversas teorias.  Às vésperas de uma eleição, acho importante pensarmos no que pode estar por trás de tantas promessas e discursos: a exposição da necessidade do povo ou a vontade de quem está no poder. Não apenas em épocas de eleição, A Janela de Overtonfaz um lembrete de que devemos manter nosso senso crítico em qualquer situação política, a fim de sermos capazes de evitar possíveis manipulações.
Também, gostei das personagens criadas, principalmente de Molly. Sua personalidade me agradou, talvez, em parte, por conta de sua imprevisibilidade. Porém, o que realmente me fez admirar a personagem, tal qual sua mãe, foi sua incrível força de defender aquilo que ela acredita. Ainda, gostei da relação desenvolvida entre ela e Noah, exatamente por causa do forte temperamento da mulher.
Apesar de a narrativa ser bem estruturada e fluida, nem em todos os momentos me mantive completamente inserida na história; diria que fiz uma leitura mais superficial, mais de quem observa e reflete sobre a história do que se vê participando dela. Contudo, isso não significa que tenha sido uma má leitura, muito pelo contrário.
Indico o livro a todos que gostem de leituras polêmicas, recheada de fatos históricos. O posfácio é também muitíssimo recomendado, uma vez que há a listagem das referências utilizadas e as explicações do autor sobre todos os fatos reais sutilmente mencionados no livro.

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