terça-feira, 16 de agosto de 2011

Falcatruas planejadas no Ministério do Turismo


Pedro Novais dará depoimento à Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, para explicar os tortuosos caminhos que desviam recursos justamente para o que ele diz ser o principal papel de sua pasta: capacitar profissionais para o atendimento ao turismo.

Dida Sampaio/AE
Dida Sampaio/AE
Ele não existe como político de destaque. Aos 81 anos, só era conhecido no Maranhão, onde vinha se elegendo deputado federal, com apoio do senador José Sarney, seu amigo de fé e compadre. De repente, foi guindado ao Ministério do Turismo, onde já estava instalado um formidável e crescente esquema de corrupção, que durante sete meses funcionou sob suas barbas.

Vai ser um episódio constrangedor. Novais não sabe nada de turismo, aliás, não sabe nada de nada. É uma espécie de Tiririca com diploma de advogado. Jamais poderia ter sido nomeado ministro. E agora José Sarney nega ter sido responsável pela indicação de Novais. Os dois são amigos e compadres, mas agora Sarney resolveu deixá-lo sem padrinho. 
Pedro Novais deputado com pequena influência política, 80 anos, foi convidado por Dilma Rousseff no dia 7 de dezembro/2011 para o ministério do turismo após ser indicado pela cúpula do PMDB.


O nome do deputado Pedro Novais (PMDB-MA)  foi sugerido pelo deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e respaldado pelo grupo de José Sarney no Maranhão.
Corrupção?
Novais quando ainda exercia o mandato de deputado federal, apresentou emenda ao Orçamento da União para destinar R$ 1 milhão do Ministério do Turismo à construção de uma ponte em Barra do Corda (450 km ao sul de São Luís), por avaliar que o turismo pode ajudar a cidade a garantir mais qualidade de vida à população local. Acontece que Barra do Corda é um município localizado no interior do Maranhão, que não tem a menor importância turística e conta com apenas 91 mil habitantes. Vejam: http://www.barradocorda.com/snt/show_noticia.php?id=14100
Luxo de Novais:
Pedro Novais, apresentou uma nota fiscal de R$ 2.156,00 do Motel Caribe na prestação de contas da verba indenizatória.

O motel fica a 20 quilômetros do centro de São Luís Maranhão. A suíte mais cara, que leva o nome "Bahamas", tem garagem dupla e custa de R$ 98 (três horas) a R$ 392 (24 horas). Segundo a gerente do local, o deputado Pedro Novais alugou um quarto para fazer uma festa. Ao Estado, o parlamentar admitiu que o dinheiro da Câmara foi usado para pagar um motel. Ele considerou o episódio um "erro".
Como deputado, ele recebe, além do salário, R$ 32 mil mensais a título de "verba indenizatória" para arcar com despesas do mandato. Um dinheiro limpo, livre de impostos.
Além da despesa de R$ 2,1 mil no motel Caribe, Pedro Novais gastou R$ 22 mil em diárias no Hotel Emiliano, um dos mais luxuosos de São Paulo desde setembro do ano passado. Ele apresentou R$ 5,1 mil em gastos nesse hotel só neste mês. Uma diária no Emiliano, segundo consulta feita  em seu site, custa, no mínimo, R$ 1 mil. Deputado pelo Maranhão, Pedro Novais vive no Rio de Janeiro. 
Leandro Colon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo) http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,deputado-que-sera-ministro-do-turismo-pagou-motel-com-dinheiro-da-camara,656847,0.htm

Governanta do ministro recebia salário do Congresso

Folha de S.Paulo
Brasília -- O ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB), 81 anos, usou dinheiro público para bancar o salário da governanta de seu apartamento em Brasília.
O pagamento é irregular: foi feito de 2003 a 2010, quando Novais era deputado federal pelo PMDB do Maranhão. A empregada Doralice Bento de Sousa, 49 anos, recebia como secretária parlamentar na Câmara, nomeada por Novais.
A reportagem apurou que ela não dava expediente no gabinete de Novais nem no escritório político no Estado de origem, precondições para o uso de verbas parlamentares para pagar assessores.
Dora fazia tarefas no apartamento de Novais: cozinhava, organizava a casa e chefiava a faxina das diaristas.
Ela dormia com alguma frequência na casa de Novais e acompanhava a família ao Rio de Janeiro, onde o ministro tem um apartamento, e ao Maranhão.
Dora e o ministro dizem que ela trabalhava em seu gabinete (leia nesta página), e não no apartamento. Mas as informações foram confirmadas à reportagem por duas pessoas que frequentavam o prédio de Novais.
Troca de emprego
Uma secretária parlamentar da Câmara ganha de R$ 1.142 a R$ 2.284, dependendo de gratificações.
Dora foi exonerada em janeiro deste ano, tão logo Novais foi nomeado ministro e teve de trocar o apartamento da Câmara por um flat.
Mas ela não ficou desempregada. Foi contratada pela Visão Administração e Serviços, que recebe anualmente R$ 1,5 milhão do Turismo para fornecer mão de obra.
Dora virou recepcionista de um escritório que o ministério mantém em um shopping de Brasília.
Antes de trabalhar para Novais, Dora foi doméstica do ex-deputado Marcelo Barbieri (PMDB). Hoje prefeito de Araraquara (SP), ele disse que Novais o procurou para saber da empregada:
"Ele pediu referências dela, e eu dei. Disse que é uma pessoa boa, honesta. Fazia tudo, mas minha relação com ela era particular, não tinha nada a ver com a Câmara", afirmou.
O Ministério Público já denunciou por improbidade administrativa outros deputados que usaram verba pública para pagar empregadas domésticas.

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