terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Não nacionais expropriando e vendendo água da Amazônia

O apelo exótico da selva.  Água da Amazônia no descaminho
EQUAretirada do solo
da Amazônia e distribuída nos EUA a partir de abril
Sabe o povo brasileiro que as governanças não agem com transparência, sem sabermos se realmente privatizaram a água brasileira. Num mundo em que as roupas e os acessórios servem para demonstrar a que tribo se pertence, não basta tomar água mineral – é preciso escolher a marca certa. Os famosos de Hollywood já elegeram a sua: Bling, cuja garrafa esbranquiçada – de vidro, naturalmente – leva aplicações de cristal e custa a bagatela de 50 dólares. Entre os simples mortais, um critério freqüente para escolher a mineral que combine com a própria personalidade é a origem do produto. Quanto mais exótica, melhor. A Fiji é extraída de um aqüífero formado numa antiga cratera vulcânica na Ilha de Viti Levu, no Arquipélago Fiji. A Ty Nant vem do País de Gales, aquela charmosa parte da Grã-Bretanha que há séculos tem aspirações separatistas – o que tem seu charme numa Europa Ocidental de fronteiras já bem delimitadas.
Um dos lançamentos mais aguardados dos últimos tempos entre as águas de luxo é a Equa. Ela é extraída de uma fonte no coração da Floresta Amazônica brasileira. Sua história começa com o americano Jeff Moat, que trabalhou durante quinze anos em Manaus, onde tinha uma firma de exportação de pescados. Dois anos atrás, de volta ao Brasil, ele teve a idéia de analisar amostras das águas amazônicas. "As análises feitas em laboratórios americanos da fonte da Equa mostram que essa é a água mineral mais pura do mundo", exagera Moat. A Equa chegará ao mercado americano em abril do ano que vem, ao custo de 8 dólares a embalagem de 750 mililitros. O lançamento no Brasil está previsto para maio de 2009.
Assim como ocorreu com as águas engarrafadas tradicionais, o mercado das águas de luxo cresceu nos últimos anos. "O preço mais elevado desses produtos faz com que, apesar do número pequeno de consumidores, o setor movimente uma quantia significativa", disse a VEJA Gary Hemphill, diretor da consultoria americana Beverage Marketing, especializada em bebidas. Com a multiplicação das águas minerais chiques, já surgiram até especialistas em degustá-las – os sommeliers do H2O, presentes em alguns restaurantes americanos de luxo. "A água mineral será amanhã o que hoje é o vinho", diz Michael Mascha, fundador de um site dedicado a avaliar águas minerais de todo o planeta.
Paula Neiva
BLING
sucesso entre os famosos
de Hollywood
Origem Estados Unidos
Preço 50 dólares (750 ml)
FIJI
o fascínio dos mares do sul ajuda nas vendas
Origem Ilhas Fiji
Preço 1,5 dólar (330 ml)


VOSS
a embalagem lembra o frio nórdico
Origem Noruega
Preço 1,6 dólar (375 ml)




TY NANT
garrafa com design premiado
Origem País de Gales
Preço 3 dólares (710 ml)



Navios-tanque traficam água de rios da Amazônia

Falta de fiscalização facilita a ação de criminosos. Autoridades brasileiras já foram informadas da situação porém, não vemos qualquer ação para impedir.
É assustador o tráfico de água doce no Brasil. A denúncia está na revista jurídica Consulex 310, de dezembro do ano passado, num texto sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o mercado internacional de água. A revista denuncia: “Navios-tanque estão retirando sorrateiramente água do Rio Amazonas”. Empresas internacionais até já criarem novas tecnologias para a captação da água. Uma delas, a Nordic Water Supply Co., empresa da Noruega, já firmou contrato de exportação de água com essa técnica para a Grécia, Oriente Médio, Madeira e Caribe.

A defesa das águas brasileiras está na Constituição Federal, no Artigo 20, que
 trata dos bens da União. Em seu Inciso III , a legislação determina que rios 
e quaisquer correntes de água no território nacional, inclusive o 
espaço do mar territorial, pertencem à União. Isso é complementado 
pela Lei 9.433/1997, 
que trata da Política Nacional de Recursos Hídricos, 
em seu Artigo I , Inciso II, 
que estabelece ser a água recurso limitado, dotado de valor econômico, e determina 
que o poder público seja responsável pela licença para uso dos recursos hídricos, “como
 derivação ou captação de parcela de água”. A ingerência estrangeira nos
 recursos naturais da Amazônia tem aumentado significativamente 
nos últimos anos. Seja por ação de 
empresas multinacionais,
 pesquisadores estrangeiros autônomos
 ou pelas missões religiosas internacionais.

2 comentários:

  1. Esse tipo de tráfico não é novidade.
    Basta pesquisar sobre "areia monozítica" no google.
    Durante a segunda guerra mundial, descobriu-se que alguns navios americanos estavam retirando areia de certas praias do estado do Espírito Santo. A desculpa "oficial" era a de que a areia servia para fazer lastro nos navios.
    Tempos depois, soube-se que aquelas areias eram ricas em tório, e que foram a matéria prima para a construção das primeiras bombas atômicas.
    Ou seja, os americanos ganharam a guerra às custas do Brasil.

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  2. Grata anônimo por essa informação que eu não sabia e vou pesquisar sobre o assunto. Hoje, acontece o descaminho do Urânio, via Amazônas, Bolívia, Venezuela, Irã.

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