domingo, 20 de dezembro de 2009

José Carlos Graça Wagner o advogado paulista que em 1997 denunciou o fôro de SP



Por quase duas décadas, os jornais e supostos oposicionistas brasileiros esconderam do grande público a existência do Foro de São Paulo, descoberto pelo advogado paulista José Carlos Graça Wagner, que o denunciou publicamente em 1º de setembro de 1997, e não faltou quem rotulasse seus denunciadores como “teóricos da conspiração”. De uns anos para cá, quando o Foro já tinha feito e desfeito governos em toda a América Latina, elegendo presidentes dos países do continente cerca de 15 membros da organização, seu nome começou a aparecer aqui e ali em reportagens, como se o Foro fosse apenas uma entidade como outra qualquer.

José Carlos Graça Wagner, homem de inteligência privilegiada, que muito me honrou com a sua amizade, frisou Olavo de Carvalho. Ele já falava do assunto, com aguda compreensão da sua importância histórica e estratégica, por volta de 1995, quando o conheci. Soube que o projeto tinha sido interrompido por uma onda súbita e irrefreável de revezes financeiros e batalhas judiciais, que terminaram por arruinar a saúde do meu amigo e de sua esposa, ambos já idosos. O falecido dr. José Carlos Graça Wagner, o primeiro homem que denunciou o Foro de São Paulo, sofreu tantas perseguições que no fim seu escritório de advocacia tinha um só cliente: ele mesmo.  Não sai da minha cabeça a suspeita de que a perigosa investigação em que ele se metera teve algo a ver com a repentina liquidação de uma carreira profissional até então marcada pelo sucesso e pela prosperidade.

As advertências,  do advogado paulista Dr. José Carlos Graça Wagner, cujos arquivos constituíram a  única fonte de informações sobre o Foro de São Paulo até 2001.

Todos aqueles supostos liberais e conservadores que se calaram a respeito do Foro de São Paulo quando ainda era possível deter o crescimento do monstro - ou que até mesmo me acusaram de alarmismo e obsessão por insistir em falar do assunto - posam, agora, como especialistas tarimbados na matéria, verdadeiros profetas retroativos, que repetem, sem citar-lhes a fonte, e com um atraso que as torna perfeitamente inúteis, as advertências que fiz em tempo.
Se o esquerdismo trouxe tanto dano ao Brasil, foi apenas como modalidade especialmente sedutora de uma vigarice intelectual endêmica, que se observa em todos os quadrantes do espectro ideológico e que constitui, ela sim, a causa mais profunda e permanente dos males nacionais.
Quando a "direita" brasileira recusou ouvidos ao Dr. José Carlos Graça Wagner e a mim, perdeu não só a oportunidade de sobreviver politicamente - hoje até o sr. presidente da República sabe e declara que ela já não tem a mínima perspectiva de acesso ao poder -, mas também a de dar um exemplo honroso de sensibilidade intelectual superior, capaz de prestar atenção à verdade, mesmo quando não venha de fontes oficiais ou bem comportadinhas.
Com sua omissão, ela provou que sua subserviência aos bem-pensantes é ainda mais forte do que seu instinto de sobrevivência, já que cede às injunções deles ainda mesmo quando calculadas para funcionar como estupefacientes, para amortecer suas reações de autodefesa e até sua capacidade de perceber a presença do perigo.
De 1990 até o presente, a direita nacional não fez senão tentar por todos os meios aplacar o inimigo, oferecendo-lhe uma resistência débil e risível que só criticava seus pequenos erros econômico-administrativos para melhor ajudá-lo a ocultar seus crimes maiores. Todo mundo sabe o que ela ganhou com esse colaboracionismo mal disfarçado: ganhou sua completa exclusão do processo político, só compensada - se é que cabe a palavra - por uma humilhante sobrevivência como força auxiliar da esquerda soft.
Não é preciso dizer que, se a primeira recusa da verdade determinou o fim dessa direita como facção politicamente relevante, esta de agora anuncia a perda de suas últimas reservas de vitalidade, o sacrifício integral de seu futuro às exigências de um presente miserável.

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