quarta-feira, 12 de abril de 2017

Carlos Marighela e Aloysio Nunes

Carlos Marighela líder da Ala comunista guerrilheira Ação Libertadora nacional (ALN) e Aloysio Nunes era o seu motorista.

A esquerda revolucionária pró-violência armada, por sua vez, culpava o PCB pelo imobilismo e pela sua “via pacífica”, inócua e desastrada.
Apesar de tudo, o Partidão, fiel às diretrizes de Moscou, permaneceu na mesma linha estratégica “etapista” de tomada de poder. A opção por esta postura não foi tranqüila, pois a dissidência interna daqueles que preferiam a violência armada acabou com várias expulsões do partido. Daí nasceu a organização terrorista Ala Marighela, algum tempo depois denominada Ação Libertadora Nacional (ALN) sob a liderança de Carlos Marighela.
Em 1966, Brizola buscou contato com Cuba, enviando o ex-sindicalista Aluisio Palhano a Havana conseguindo ajuda em dinheiro e treinamento de guerrilheiros. O plano era criar três focos de guerrilha, mas no fim só foi tentada a implantação de uma área na Serra do Caparaó, entre Minas Gerais e Espírito Santo. O projeto foi um fracasso; em abril de 1967, cercados pela Polícia Militar dos dois Estados, todos os guerrilheiros foram presos sem um só tiro.
O objetivo de Leonel Brizola era derrubar o governo de Castelo Branco não propriamente para estabelecer a democracia no país, mas para realizar o seu próprio projeto de tomada do poder.

Em janeiro de 1966 – ano da entrada de Che Guevara na Bolívia – foi convocada pelo Partido Comunista Cubano e realizada em Havana uma conferência que reuniu representantes de todos os partidos de esquerda da América Latina, a Conferência Tricontinental, No ano seguinte, 1967, foi realizada em Cuba a “I Conferência da OLAS” e Carlos Marighela, ainda membro da direção do PCB, partiu para Havana para participar da mesma como delegado de si mesmo e do grupo armado que já estava sendo arquitetado. Nesta época já se encontravam em Cuba sete militantes, enviados por Marighela, recebendo treinamento militar.
Em 1968 o terrorismo começou a crescer em volume, audácia e violência, mas ainda a polícia não tinha noção clara do movimento revolucionário em curso.
A alegada derrubada da “ditadura militar” e restauração da democracia nunca foram objetivos reais dos comunistas e demais esquerdistas. Mas sim a implantação, pura e simplesmente, da ditadura do proletariado, do socialismo real que, necessariamente, teria que passar pela derrubada do regime de 1964 ou de qualquer outro regime então vigente.
“(...) Nosso principal inimigo é o imperialismo norte-americano (...). Dada a natureza desta luta, nosso objetivo é a transformação radical da estrutura de classes da sociedade brasileira” (Carlos Marighela, o primeiro líder da ALN).
  • Che Guevara, que estava a caminho da Bolívia e cujo paradeiro não era conhecido, enviou uma mensagem à Tricontinental. “América, continente esquecido pelas últimas lutas políticas de liberação, que começa a fazer-se sentir através da Tricontinental, na voz de vanguarda de seus povos, que é a revolução cubana, terão uma tarefa de muito maior relevo: a criação do segundo e terceiro Vietnã do mundo”. Ao descrever as condições básicas que devem ter os combatentes, assinalou a necessidade do ódio: “O ódio como fator de luta, o ódio intransigente ao inimigo, o ódio que impulsiona mais além das limitações naturais do ser humano e o converte em uma efetiva, violenta, seletiva e fria máquina de matar. Nossos soldados têm que ser assim, pois um povo sem ódio não pode triunfar sobre um inimigo brutal”.

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