domingo, 22 de setembro de 2013

Ética, Ação, Líderes de governo, Povo, Capacidade de reação...



A palavra ética tem sido usada com bastante constância nas redes sociais. Isto ocorre em todos os setores da vida brasileira. Mas, quem se preocupa com a ética? É a pessoa que deseja que ela seja utilizada em seu benefício? Aquela que deseja enganar seus pares tentando transformar atos aéticos em éticos, escondendo o sol com a peneira? Aquela pessoa sábia que deseja se comportar dentro dos parâmetros da ética e fazer com que seus pares também atuem dentro desses parâmetros.

Não sou um especialista mas, devido aos meus 50 anos de atividades nas áreas de relações públicas, jornalismo, recursos humanos e marketing, me defrontei com o assunto em diversas ocasiões e tive de atuar na implantação e divulgação de códigos de ética. Nessas experiências, cheguei a conclusão que esses documentos, na maioria das vezes, são simples enfeites de mesas e paredes, quando não estiverem sustentado por um trabalho que os façam permear toda a organização. Quando os membros da mesma não assumem os valores contidos nos mesmos, para pautar suas ações. Criei um sistema de avaliação dos referidos códigos, para colocá-los como fonte de valores a serem seguidos e avaliar periodicamente como estão sendo utilizados no dia a dia das organizações que os adotam. Isto, pelo fato de que Ética não é definida em palavras. São ações, baseadas nos valores que cada pessoa, ou organização, solidificou durante o transcorrer de sua vida e pelos quais pauta suas ações.
O líder de governo que se definiu como a pessoa mais ética do mundo se avaliou pelos valores que o dirigiu durante toda vida. Não vou analisar o comportamento ético dele. Só as suas respostas de "Não sei" ou "Não vi" dariam um estudo amplo no campo do comportamento da ética. 

Líderes que não assumem os erros dos liderados como sendo deles, não podem ser considerados líderes, nem éticos. Mentir, podemos dizer que é aético em qualquer sociedade, ou grupo social, a não ser entre os contraventores. Para um líder não cumprir o papel para o qual foi designado na organização e, como pessoa pública, agir da mesma forma no cargo para o qual foi eleito ou indicado, também é aético. Utilizar o poder de forma inadequada e utilizar os recursos que administra em benefício próprio, também são atos considerados aéticos, na maioria das sociedades. Nisso se inclui o não controle, a convivência consentida e o tirar proveito da corrupção. Exagerar na utilização dos recursos públicos para seu projeto pessoal de poder e para atender projetos de seu partido são ações claramente consideradas aéticas. Fazer promessas que não serão cumpridas, inaugurar obras que não estão concluídas e que talvez nunca serão concluídas, também são ações consideradas não éticas. Enganar o povo utilizando os recursos públicos nesses tipos de ações é comportamento ético? 

Todo erro cometido pelo líder governamental e seus subordinados envolve não apenas uma medida de valor relativo ao seu desígnio pessoal, familiar, ou de um grupo social, envolve o povo de um estado e de uma nação, torna-se desta forma um assunto que envolve a ética e deve ser conduzida por valores nos quais os interesses e os desejos do povo, senão da sua totalidade, pelo menos de sua maioria, deve ser o condutor da decisão. (Aqui caberia uma observação a fala de dois ministros do STF, nos últimos momentos do julgamento do mensalão). Tudo que prejudica o uso adequado dos recursos públicos é ato aético. Quem administra recursos públicos tem que ter consciência de que não pode fazer o que quer com os mesmos, nem descurar na administração dos mesmos. Fazemos o que queremos com nosso dinheiro, mas com o dinheiro público temos que agir com toda seriedade e buscar a eficácia na utilização do mesmo. Será que é o que vemos neste país? 

Quem conhece um pouco dos parâmetros éticos e dos valores de diferentes sociedades ou organizações sociais, nunca faria uma afirmação como esta: "Sou a pessoa mais ética do mundo." O mundo de uma pessoa que faz essa afirmação é um mundo de faz de conta. É o mundo do ego inflado, de uma visão egocêntrica. O comportamento ético é avaliado pelos que recebem os efeitos do mesmo e não pelo seu autor. Nenhuma pessoa na sociedade plural em que vivemos pode se considerar ética. Só aqueles que com ela convivem podem avaliar se ela é ética ou não. A critica às pessoas públicas assume outras características, pois estão envolvidas nelas as avaliações do que está sendo feito em benefício do povo, ou em contradição ao mesmo. É a luta no campo político, no qual para muitos tudo vale e para outros existem limites que não podem ser ultrapassados. Estou entrando nesta seara em razão dos comentários recentes aos perfis de alguns dos nossos dirigentes políticos, feitos a rede de relacionamento Mão Limpas. Por mais corruptos, por maior desregramento que tenha ocorrido em governos anteriores, nada atingiu os que vivemos nestes últimos anos. Nos governos anteriores ao ano 2000 se percebiam limites, parâmetros a não serem ultrapassados, não apenas no campo político, mas na conduta pessoal do líder do governo. Hoje paira a dúvida! Existem limites? Onde termina a verdade e tem início as mentiras, ou vice e versa das falas e das promessas de políticos e de governantes? O caso de Renan Calheiros tomando posse contra a vontade do povo e com o apoio "constrangido" do governo e dos partidos de sua base, agora, o caso dos médicos cubanos demonstram a total dissonância de um governo que assumiu para fazer o que quer e não para atender a vontade do povo (e o STF não deveria se pautar por ela?). Sem falar da participação nos diferentes poderes de pessoas com processos dos mais diferentes tipos pendentes de julgamento. Enganar o povo, fazendo-o viver num mundo de faz de conta, controlando a inflação com subterfúgios que a fazem parecer menor, mas que, mais cedo ou mais tarde, irá castigar a população. Em razão disso, coloca no descalabro um dos maiores patrimônios nacionais, uma empresa da qual tomaram conta e decidem o futuro da mesma, como se fosse propriedade particular, feita para atender o projeto, que já se tornou megalomaníaco, de permanecer no poder, custe o que custar. Colocaram a população brasileira no maior nível de endividamento de todos os tempos na tentativa de manter o crescimento pelo consumo interno. Governar para a reeleição, não para as gerações futuras, não para o povo. As gerações futuras estão abandonadas em praticamente todos os setores de vida, isto representa dificuldades de sobrevivência futura. Só é realizado o que traz voto para 2014. Não importa a qualidade do que está sendo feito. O povo já se tocou. Já percebeu tudo isso. Criar pobreza para gerar vantagens. Onde foram buscar 50 milhões de indigentes? Para garantir alguns milhões de votos? Onde está a ética? Falar em ética diante desses fatos é ser, no mínimo, ingênuo. 

O que aconteceria com um líder que colocasse nos cargos principais de uma organização lucrativa seus apaniguados, sem levar em consideração suas capacidades, suas vivências profissionais? Sem a preocupação de aliar a capacidade dos subordinados a necessidade de gerar resultados. São atos éticos? Nem ele, nem a sua organização teria uma vida muito longa. Mas, no caso do governo o saco não tem fundo, tanto no arranjar lugar para os companheiros, quanto instrumentalizar todos os setores do poder. Usar recursos públicos para construir adesão aos seus objetivos. É ético? Quando os recursos acabam, o saco chega ao fundo, uma canetada basta para penalizar o povo, com mais impostos e mais carestia. Não pense que alguém escapa a sanha arrecadadora. Em tudo que se consome os impostos estão embutidos. Só existe um pagador da conta, é o cidadão brasileiro, esteja ele na linha da miséria ou seja milionário.
Qual a resposta da ética em relação a isso tudo?

Para apoiar os atos do governo aparecem meia dúzia de pessoas financiadas por alguma facção do partido do poder, as bandeiras são bem visíveis no vídeo, com o grito de ordem de que a América se tornaria toda socialista. Eles não deveriam estar estudando em Cuba, vivendo em Cuba, ou na Venezuela? Podiam ocupar um dos milhares de empregos que estão disponíveis em ambos e desfrutar da riqueza e do conforto que oferecem. De um lado o país no qual quatro mil médicos não fazem falta? Por que? Do outro uma visão ditatorial socialista que destruiu a riqueza da economia que se destacou como uma das mais prosperas do mundo. Porque não vão gozar dos confortos e das abundâncias existentes nesses países que adotam os regimes que tanto admiram? Este é o fato nu e cru: O socialismo é a distribuição institucionalizada da pobreza. Isto já foi exaustivamente comprovado. Por isso ela só progride em regimes
ditatoriais, totalitários, como o de Cuba, país no qual se nota claramente a distribuição da pobreza, da carestia, da falta de tudo. Quando o povo descobre no que se meteu está sob controle, está manietado, está cercado e vigiado de todas as formas. Será que é isto que queremos para o Brasil? Quais os controles que estão impondo a estes médicos cubanos para que não desertem? O que os obrigará a voltar a vida repleta de problemas, de miséria, de falta de tudo? É certo que aqui eles vão trabalhar em locais nos quais também falta tudo. Mas, por enquanto, nesses locais existe liberdade. Como reagirão diante do que não desfrutam: a liberdade? Aonde está a ética nisso tudo? O que é ética para os dirigentes do regime cubano? O que é ética para os que planejaram e implantaram esse programa no nosso país? Ao recebermos pessoas que estão vivendo sem vontade própria, sem liberdade de fazer o que querem, sem receber o salário a que fazem jus. Estamos compactuando com a total falta de ética, de humanidade, de liberdade de empreender e realizar. É assustador! É no mínimo inconsequente qualquer defesa que se faça em relação a isso. "Não queira para os outros o que não desejas para ti." De quais liberdades eles desfrutam? Será que desejamos para os nossos filhos a saga que essas pessoas estão vivendo? Desejamos isso para as gerações futuras do Brasil? Mas, tenha certeza, já temos muita gente trabalhando para que cheguemos a isso. E aceitar esses médicos no país é caminho para isso. "Não apoie a quebra de liberdade nem do seu pior inimigo, pois a liberdade é a maior riqueza do homem." A do brasileiro já está em risco.

Os médicos de Cuba não são culpados, são apenas meio culpados. Eles estão servindo às intenções de dois governos. Um que precisa de recursos para sobreviver e tentar manter, por mais alguns anos, o velho navio que já faz água por todos os lados. Não estou levando em consideração a triangulação do dinheiro que estão dizendo que irá ocorrer, inclusive para financiar campanhas eleitorais milionárias. O outro subserviente, por muitos dos seus participantes ver naquele regime o ideal que gostariam de implantar no seu país.

Mais algumas perguntas poderão ser colocadas com relação aos médicos importados. Por que o governo está ignorando as diretrizes de uma das únicas profissões regulamentadas e fiscalizadas em todo o mundo, nos países democráticos? Quem será responsabilizado pelos erros médicos cometidos, a quebra do procedimento ético na condução da atividade? Os conselhos de seus países de origem? Estaremos admitindo a ingerência de um outro país nas ações realizadas no nosso território e ainda mais, podendo ter como resultados imperícias e o comportamentos antiético, que se ocorrerem afetarão o paciente cidadão brasileiro? Será que os que estão por trás desse plano têm medo de que em qualquer contato desses médicos apareçam outros objetivos em relação a importação dos mesmos, que não seja a saúde do humilde e sofrido povo dos rincões nos quais irão trabalhar? A que tipo de treinamento e condicionamento eles foram submetidos para serem liberados para virem para o Brasil, de um país no qual se conta nos dedos o número de cidadãos que podem ir e vir para o exterior livremente? Se quiserem se locomover, ou mudar para outro país poderão? Eles poderão visitar suas famílias a qualquer momento? Podem trazer suas famílias? Se quiseram mudar para qualquer outra região do país poderão? Após alguns anos no Brasil se quiserem abrir uma clinica particular podem? Em qualquer situação o que ganharem é só deles? Eles serão continuamente monitorados por Cuba? O Brasil não está colocando um poder de policia de Cuba dentro da nação brasileira? Como fica a soberania da nação? Todo dinheiro ganho em território brasileiro não deve pagar IR? O país está ignorando a sua própria legislação? Para viabilizar essa importação de médicos cubanos? O Brasil está abrindo mão da observância dos direitos e deveres que todo cidadão que aqui vive ou reside tem que observar? O retorno dos médicos, principalmente os cubanos, aos seu país de origem será um prêmio, ou um castigo? Por que o governo não divulga os termos do verdadeiro acordo triangular feito com Cuba e seus médicos? Quais os benefícios para Cuba, quais os benefícios para o Brasil, quais os benefícios para os médicos cubanos? Por fim qual o verdadeiro objetivo da vinda dos médicos cubanos? Onde começa a verdade e termina a mentira?
Todas as perguntas colocadas podem ser respondidas por uma pessoa que esteja acompanhando as notícias do dia a dia e que tenha conhecimento do comportamento dos países de das pessoas envolvidas. Através do bom senso e da observação acurada podemos chegar a conclusão da verdade do que está ocorrendo.

Esta importação de médicos cubanos é um ato de desprezo às instituições do país. Já começou o teste do povo brasileiro, da sua capacidade de reação diante da quebra do direito e da soberania da nação. 

O Papa disse que ele é argentino, mas que Deus é brasileiro. Até Deus tem seus limites. Na minha opinião o país já abusou muito Dele. Por isso estão buscando os caminhos das doutrinas políticas e de países parceiros nos quais a Sua existência é contestada.

Por:
João Alberto Ianhez

maoslimpasbrasil@yahoogrupos.com.br

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